"Com o término do Serviço, fui levada pela Yoshie (Iburi) até o
altar para reverenciarmos. Nesse momento, comentei com ela se a vovó já tinha
almoçado. E ela respondeu que provavelmente sim. Depois, Yoshie me levou até o
'quarto de 8 tatames' e foi embora. Estranhei que não havia ninguém e, como
sempre, dei a volta pelo corredor para espiar o que estava acontecendo no
quarto da vovó. Todos acreditavam na melhora da saúde de Oyassama, após a
realização do Serviço. Certamente, ela abriria o 'portal' e todos estavam com o
espírito alegre.
Espiando pela fresta da porta, o seu pai já estava lá e com o rosto
vermelho disse em voz alta: 'Prima, pode entrar!' Fiquei assustada. Como
poderia falar tão alto, se a vovó ainda estava descansando. Nunca que iria
imaginar que ela tivesse descansado para sempre.
Hissa disse: 'Prima, olha como a vovó está...'
Puxou a minha mão de encontro com o rosto de vovó, mas mesmo assim eu
não estava acreditando naquela cena...
Ela estava fria...
Não pude conter o meu choro. Lembro-me que seu pai disse para eu não
chorar. Ele se levantou: 'Vou avisar à todos. Não saia de perto da vovó!' Nesse
momento Hissa estava junto comigo.
Desculpe, não consigo mais comentar mais detalhes sobre esse
momento."
Shozen Nakayama (Shimbashira II)
*Neta de Oyassama
e filha de Shuji e Matsue. Casou-se com o Shimbashira I, tornando-se
a primeira esposa de Shimbashira. Foi também, a fundadora e I Presidente
Mundial da Associação Feminina.
**ou Ohissa.
Neta de Oyassama e filha de Oharu (filha de Oyassama) e Soujiro
Kajimoto. Irmã do Shimbashira I e prima de Tamae. Veja Kokan Nakayama:
***ou
Omassa. Filha mais velha de Oyassama que fundou uma ramificação da
família Nakayama.
Obs: A série
Lembranças foi extraído do livro de memórias Dogushu (Material)
escrito pelo Shimbashira II, Shozen Nakayama. Neste livro, Shimbashira
II relata em detalhes sobre alguns momentos de sua vida e, principalmente
transcreve sobre as lembranças de sua mãe e esposa do Shimbashira I,
sra. Tamae Nakayama.
Casa-Portão Sul
©
Depto. de Missões Exteriores
Casa Portão
Sul, onde Oyassama viveu entre 1875 e 1883
"No fim
do ano de 1875, ficou concluída a Casa-Portão Sul. Oyassama, que morava no
quarto estradado no norte do Local do Serviço (construído por Izo Iburi e
conservado pela Sede), transferiu-se ao quarto de dez tatames da casa-portão.
Normalmente, ela ficava sentada em cima do armário transmitindo dia e noite a
vontade de Deus-Parens àqueles que vinham procurá-la."
Fonte: Dados de Referência da Vida de Oyassama
Casa Repouso
©
Doyusha
©
Doyusha
Uma rara
imagem colorida dos "quartos de 8 e 4 tatames", onde Oyassama
viveu fisicamente entre 1883 e 1887
©
Depto. de Missões Exteriores
Planta da
Casa Repouso de Oyassama
"O acabamento interno da Casa Repouso de Oyasama foi concluído no
outono desse ano. Era uma casa de cerca de 5,50 por 7,30 metros, com dois
quartos, um de quatro tatames e outro de oito. Oyassama, conforme a indicação
de Deus-Parens, esperou a chegada do momento oportuno e, na noite de 25 de
novembro (26 de outubro no c.1.), transferiu-se da Casa-Portão Sul para a Casa
Repouso recém-construída. À tarde desse dia, ela terminou de jantar, trocou as
vestes e esperou serenamente a chegada do momento. Afinal, o ministro foi
avisá-la de que tudo estava pronto. No quintal, os devotos que vieram
recebê-la, estavam esperando enfileirados à margem da sua passagem com
lanternas acesas às mãos. Entretanto, Oyassama continuou sentada ainda
serenamente no estrado, dizendo somente: 'Sim? Tudo está pronto? Vou me transferir
quando chegar o momento.' Tudo estava preparado e as pessoas esperavam
ansiosas. Mas, ela permanecia pacientemente esperando a chegada do momento. Do
ponto de vista humano, podia-se pensar que tudo terminaria mais cedo caso ela
se transferisse imediatamente, porém, tratava-se de Oyassama, que não desviava
a atenção da vontade de Deus-Parens, mesmo diante de qualquer circunstância.
Nessa sua atitude pode-se rememorar vivamente a sua imagem como Sacrário de
Tsukihi. Assim, o tempo foi passando e já eram altas horas da noite, quando ela
disse à neta Tamae:'Bem! Chegou o momento, mudemos. Vem Tama-sam.' Em ambos os
lados da sua passagem, os seguidores superlotavam o jardim ansiosos a sua
espera, com as lanternas de papel acesas, nas quais estavam impressos os nomes
das respectivas irmandades: Turma Shinmei, Turma Meishin e outros. Banhada
pelas luzes tremulantes das lanternas que iluminavam de ambos os lados a sua
passagem, Oyassama, então, com 86 anos de idade, avançou silenciosamente entre
a multidão, conduzindo numa das mãos Tamae, neta direta de sete anos de idade,
que era conduzida na outra mão por Hissa Kajimoto, também, neta. À medida que
avançava, levantava-se e ressoava seguidamente o som das batidas das palmas das
duas paredes humanas ali formadas. Muitos anos depois, Tamae reportou suas
impressões, dizendo: 'Naquela ocasião, embora não entendesse a razão do que
acontecia, acompanhei a minha avó conduzida pela mão. Pensando agora, embora
fosse uma distância tão curta, naquela noite pareceu-me um trajeto muito
longo.' Finalmente, Oyassama que chegara à Casa de Repouso, sentou-se
silenciosamente no quarto estradado, chamou Shinnossuke e Tamae e fez sentarem
um de cada lado, dizendo:'Venham e sentem-se aqui.' Logo depois, iniciaram-se
as saudações a Oyassama. O ministro abria e fechava a porta corrediça, a cada
vez que os visitantes se apresentavam, anunciando o nome das irmandades como
das turmas Shinmei e Meishin. As apresentações continuaram uma após outra, com
o ministro, durante a noite toda. A Casa de Repouso era uma construção na qual
os devotos haviam concentrado todo o coração. Assim, encontrar-se pessoalmente
com Oyassama, que nela entrara pela primeira vez, recém-transferida após
esperar tanto até o momento determinado, fazia inflamar nos seus corações uma
grande emoção apesar do frio dessa noite de geada."
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