Departamento das Moças da Tenrikyo do Brasil | Tenrikyo Young Women's Association in Brazil

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Lembranças de minha mãe Parte Final



"Com o término do Serviço, fui levada pela Yoshie (Iburi) até o altar para reverenciarmos. Nesse momento, comentei com ela se a vovó já tinha almoçado. E ela respondeu que provavelmente sim. Depois, Yoshie me levou até o 'quarto de 8 tatames' e foi embora. Estranhei que não havia ninguém e, como sempre, dei a volta pelo corredor para espiar o que estava acontecendo no quarto da vovó. Todos acreditavam na melhora da saúde de Oyassama, após a realização do Serviço. Certamente, ela abriria o 'portal' e todos estavam com o espírito alegre.
Espiando pela fresta da porta, o seu pai já estava lá e com o rosto vermelho disse em voz alta: 'Prima, pode entrar!' Fiquei assustada. Como poderia falar tão alto, se a vovó ainda estava descansando. Nunca que iria imaginar que ela tivesse descansado para sempre.
Hissa disse: 'Prima, olha como a vovó está...'
Puxou a minha mão de encontro com o rosto de vovó, mas mesmo assim eu não estava acreditando naquela cena...
Ela estava fria...
Não pude conter o meu choro. Lembro-me que seu pai disse para eu não chorar. Ele se levantou: 'Vou avisar à todos. Não saia de perto da vovó!' Nesse momento Hissa estava junto comigo.
Desculpe, não consigo mais comentar mais detalhes sobre esse momento."
Shozen Nakayama (Shimbashira II)
*Neta de Oyassama e filha de Shuji e Matsue. Casou-se com o Shimbashira I, tornando-se a primeira esposa de Shimbashira. Foi também, a fundadora e I Presidente Mundial da Associação Feminina.
**ou Ohissa. Neta de Oyassama e filha de Oharu (filha de Oyassama) e Soujiro Kajimoto. Irmã do Shimbashira I e prima de Tamae. Veja Kokan Nakayama:
***ou Omassa. Filha mais velha de Oyassama que fundou uma ramificação da família Nakayama.
Obs: A série Lembranças foi extraído do livro de memórias Dogushu (Material) escrito pelo Shimbashira II, Shozen Nakayama. Neste livro, Shimbashira II relata em detalhes sobre alguns momentos de sua vida e, principalmente transcreve sobre as lembranças de sua mãe e esposa do Shimbashira I, sra. Tamae Nakayama.

Casa-Portão Sul

© Depto. de Missões Exteriores 



Casa Portão Sul, onde Oyassama viveu entre 1875 e 1883

"No fim do ano de 1875, ficou concluída a Casa-Portão Sul. Oyassama, que morava no quarto estradado no norte do Local do Serviço (construído por Izo Iburi e conservado pela Sede), transferiu-se ao quarto de dez tatames da casa-portão. Normalmente, ela ficava sentada em cima do armário transmitindo dia e noite a vontade de Deus-Parens àqueles que vinham procurá-la."

Fonte: Dados de Referência da Vida de Oyassama

Casa Repouso

© Doyusha





© Doyusha 




Uma rara imagem colorida dos "quartos de 8 e 4 tatames", onde Oyassama viveu fisicamente entre 1883 e 1887

© Depto. de Missões Exteriores






Planta da Casa Repouso de Oyassama 

"O acabamento interno da Casa Repouso de Oyasama foi concluído no outono desse ano. Era uma casa de cerca de 5,50 por 7,30 metros, com dois quartos, um de quatro tatames e outro de oito. Oyassama, conforme a indicação de Deus-Parens, esperou a chegada do momento oportuno e, na noite de 25 de novembro (26 de outubro no c.1.), transferiu-se da Casa-Portão Sul para a Casa Repouso recém-construída. À tarde desse dia, ela terminou de jantar, trocou as vestes e esperou serenamente a chegada do momento. Afinal, o ministro foi avisá-la de que tudo estava pronto. No quintal, os devotos que vieram recebê-la, estavam esperando enfileirados à margem da sua passagem com lanternas acesas às mãos. Entretanto, Oyassama continuou sentada ainda serenamente no estrado, dizendo somente: 'Sim? Tudo está pronto? Vou me transferir quando chegar o momento.' Tudo estava preparado e as pessoas esperavam ansiosas. Mas, ela permanecia pacientemente esperando a chegada do momento. Do ponto de vista humano, podia-se pensar que tudo terminaria mais cedo caso ela se transferisse imediatamente, porém, tratava-se de Oyassama, que não desviava a atenção da vontade de Deus-Parens, mesmo diante de qualquer circunstância. Nessa sua atitude pode-se rememorar vivamente a sua imagem como Sacrário de Tsukihi. Assim, o tempo foi passando e já eram altas horas da noite, quando ela disse à neta Tamae:'Bem! Chegou o momento, mudemos. Vem Tama-sam.' Em ambos os lados da sua passagem, os seguidores superlotavam o jardim ansiosos a sua espera, com as lanternas de papel acesas, nas quais estavam impressos os nomes das respectivas irmandades: Turma Shinmei, Turma Meishin e outros. Banhada pelas luzes tremulantes das lanternas que iluminavam de ambos os lados a sua passagem, Oyassama, então, com 86 anos de idade, avançou silenciosamente entre a multidão, conduzindo numa das mãos Tamae, neta direta de sete anos de idade, que era conduzida na outra mão por Hissa Kajimoto, também, neta. À medida que avançava, levantava-se e ressoava seguidamente o som das batidas das palmas das duas paredes humanas ali formadas. Muitos anos depois, Tamae reportou suas impressões, dizendo: 'Naquela ocasião, embora não entendesse a razão do que acontecia, acompanhei a minha avó conduzida pela mão. Pensando agora, embora fosse uma distância tão curta, naquela noite pareceu-me um trajeto muito longo.' Finalmente, Oyassama que chegara à Casa de Repouso, sentou-se silenciosamente no quarto estradado, chamou Shinnossuke e Tamae e fez sentarem um de cada lado, dizendo:'Venham e sentem-se aqui.' Logo depois, iniciaram-se as saudações a Oyassama. O ministro abria e fechava a porta corrediça, a cada vez que os visitantes se apresentavam, anunciando o nome das irmandades como das turmas Shinmei e Meishin. As apresentações continuaram uma após outra, com o ministro, durante a noite toda. A Casa de Repouso era uma construção na qual os devotos haviam concentrado todo o coração. Assim, encontrar-se pessoalmente com Oyassama, que nela entrara pela primeira vez, recém-transferida após esperar tanto até o momento determinado, fazia inflamar nos seus corações uma grande emoção apesar do frio dessa noite de geada."



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